Archive by Author

Tema: Vinda de médicos estrangeiros ao Brasil (Grupo: Cida, Eluza e Márcia)

12 Jul

Atualmente, há uma grande polêmica em torno da proposta do governo federal em trazer médicos estrangeiros para as áreas periféricas do Brasil, onde há carência de profissionais. Os médicos brasileiros se manifestaram ferozmente contra tal programa, alegando que a prioridade nessas áreas é a implantação de equipamentos e carreiras atraentes para profissionais da saúde. Segundo a classe médica, tal proposta endossa o sucateamento do SUS, pois, em vez de fazer investimentos nas áreas carentes, o governo trará profissionais que aceitam tais condições.

Como contraponto, é impossível ignorar a situação da saúde no país. Mesmo cidades bem equipadas e com altos salários sofrem carência de médicos e, quando os têm, não faltam reclamações a respeito da postura e (falta de) boa vontade desses profissionais. No exame do CREMESP do ano passado, mais da metade dos alunos de medicina (inclusive um terço dos estudantes de instituições públicas) foi reprovada. Esse mesmo CREMESP pagou hora extra e táxi para que os seus associados comparecessem à manifestação contra tal projeto do governo (!).

médico

Em resumo, o debate é: é claro que faltam profissionais e condições decentes. O que muda com a vinda dos médicos estrangeiros? Eles farão o trabalho que os nossos médicos não fazem? Ou são apenas uma medida paliativa, que não resolve de fato os problemas da saúde pública no Brasil?

Comentem!

Carta ao Editor – por Cida Azevedo

11 Jul

Carta ao editor da Folha de São Paulo

 

O artigo “De galinhas e medicina”, de Janio de Freitas (Colunistas – 11/07/13), pôs o dedo na ferida das “causas” atualmente defendidas pela classe médica. Felizmente.

Nem entrarei no quesito falta de estrutura, em razão até mesmo dos apontamentos feitos por Freitas a respeito. Mas, como moradora da capital paulista (a maior cidade do país), posso dizer: falta HUMANIDADE aos médicos, isso sim. Isso é crucial. Mais importante do que qualquer equipamento. Um médico não precisa de grande infraestrutura para examinar um membro machucado ou uma inflamação na garganta, mas é sabido que muitos deles não se dão ao trabalho nem de olhar o paciente que entra em sua sala. E, quando penso nisso, me pergunto: de que exatamente eles têm medo?

Há muitos países desenvolvidos com grande porcentagem de médicos estrangeiros. E os cubanos, aparentemente, são treinados para trabalhar com poucos recursos, diferentemente dos nossos médicos, os quais, convenhamos, em sua maioria esmagadora pertencem à elite e realmente não devem saber o que é ter de se virar com o que têm.  Precisamos de estrutura sim, mas precisamos muito mais de médicos que olhem em nosso olhos, respeitem a nossa dor, e principalmente, que não se oponham a qualquer ação capaz de salvar vidas e evitar o sofrimento de milhares de pessoas.

Não sei que tipo de motivação leva essas pessoas a entrarem na faculdade de medicina. Mas, pensando bem, consigo enxergar sim do que eles têm medo: de que dê certo. De que venham outros profissionais e nos façam o que eles dizem que é impossível ser feito. A população, com certeza, ainda prefere médicos sem recursos do que doentes sem médicos.

Aparecida Azevedo

11/07/13.

Link do artigo

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/janiodefreitas/2013/07/1309309-de-galinhas-e-medicina.shtml

Galera, comentem, por favor! Aberta a críticas e sugestões! 🙂